domingo, 20 de maio de 2007

Alguns meses depois...

Estávamos já há alguns messes no Cacheu, e a verdade seja dita, salvo algumas sortidas naquilo que chamávamos de "psicola" em Mata e Bianga, e algumas incursões até aos cajueiros logo ali à saída do arame, nada fazia abalar a calmaria que, sabíamos, qualquer dia e muito mais depressa do aquilo que pensávamos, iria acabar. E acabou no dia 20 de Abril desses ano da graça de 1970, aquando do assassinato dos majores do CAOP que, por ordem de Spínola tentavam demover os guerrilheiros do Paigc a continuar a luta armada e a tentar preceder à sua integração nas Forças Armadas Portuguesas, na chamada Operação Chão Manjaco. As conversações corriam normalmente e sob o signo do apaziguamento, só que, a determinada altura e sem que se saiba bem porquê, as coisas alteraram-se e os majores Magalhães Osório, Passos Ramos e Pereira da Silva foram assassinados, Começou enfim, a guerra para a companhia de caçadores que estava no Cacheu. Isto passei eu por tudo, antes porém ainda recordo uma terrível viajem a Bissau, num batelão pilotado por africanos, que durou 26 horas, atravessando um terrível "malagueiro" e um combate feroz para reaver a minha mala pessoal que me tinham surripiado durante a noite. E, só com ameaças ao piloto do batelão é que a mala reapareceu intacta.
Fomos a Bissau nesse batelão, ( e digo fomos porque me acompanhou um soldado que não recordo o nome) entregar os pertences de um Furriel que entretanto tinha falecido, ao delegado do Batalhão em Bissau
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